Um estudo nos EUA sobre os sucessos musicais conclui que as cantoras influem mais que os homens na música atual.
Essas 200 músicas são uma amostra colorida dos gêneros modernos do novo século e demonstram que a música do nosso tempo não poderia ser entendida sem as mulheres. As conclusões surgem da observação de que várias cantoras e compositoras negras e latinas reformularam a música pop em diferentes frentes estilísticas. Entre as primeiras, M.I.A. —que encabeça a lista com a canção Paper Planes—, Beyoncé, Nicki Minaj, Janelle Monáe, Alicia Keys, Solange e Brittany Howard, do Alabama Shakes. Seus melhores temas, que vêm do legado da música afro-americana, seja o soul, o rhythm and blues, o funk ou o hip hop, deram ritmo a este século. O mesmo acontece com as latinas Xenia Rubinos, Amara La Negra, Natalia Lafourcade, Ana Tijoux e Bomba Estéreo.
Elas exploraram os sons e os temas com grande qualidade. Até mesmo no reggaeton, o último grito latino-americano dançável com impacto mundial que parece território de homens como Luis Fonsi, Maluma, J. Balvin e Daddy Yankee, há reguetoneiras de destaque, como Karol G, Natti Natasha e Anitta.
"A sociedade não mudou espontaneamente, e avançou sendo menos patriarcal graças ao trabalho de mulheres em outros tempos. Um exemplo que abriu o caminho na música para as mulheres é Madonna", diz Laura Viñuela, musicóloga feminista e consultora de gênero. O caso de Madonna no pop também é precedido no século passado por figuras como Billie Holiday no jazz, Wanda Jackson no country, Janis Joplin no blues e Patti Smith no rock. Mas basta uma simples olhada na lista da NPR Music para verificar que a liderança criativa feminina em nossos dias não é algo pontual. Está em todas as áreas. Nela também aparecem o pop dançante de Rihanna, Lady Gaga, Florence and The Machine, Lorde e Dua Lipa; o rap de Ms. Lauryn Hill e Cardi B; o rock de Courtney Barnett, Haim e Yeah Yeah Yeahs; o folk de Brandi Carlile e Feist; o soul de Sharon Jones, Erykah Badu e Alabama Shakes; o blues revisado de Valerine June e Rhiannon Giddens; o jazz de Cécile McLorin Salvant e Lizz Wright ou a sugestão indie de Regina Spektor, Joanna Newsom e Sharon Van Etten. Há também as supervendáveis, como Taylor Swift e Adele, que se repete com várias músicas na seleção da rádio norte-americana. Na realidade, além deste trabalho da NPR Music, o século XXI tem outros fatos definitivos que refletem o valor transcendental das mulheres na música, como os recordes de Adele em venda de discos, tornando-se a artista mais comercial deste século. Além disso, entre as turnês mais espetaculares e de maior bilheteria estão as de Beyoncé e Lady Gaga, que também ostenta, acima de Paul McCartney, Bruce Springsteen, Prince e Rolling Stones, o recorde de audiência, com mais de 150 milhões de espectadores no intervalo do Super Bowl, a grande vitrine midiática do ano nos Estados Unidos.
A sociedade tem avançado na igualdade e isso também se reflete na música. Mas ainda há um longo caminho a percorrer. Por exemplo, conseguir mais presença feminina na programação dos festivais e distribuir mais prêmios para mulheres em eventos do setor, como o Grammy nos EUA. É o que Viñuela define como "alcançar uma realidade de longo prazo". Porque, sem elas, definitivamente, o ritmo de nossos dias seria muito menos contagiante, alegre, resistente, emotivo, sensual, triunfante.
O último ícone: Amy Winehouse
Amo vocês meninas sucesso beijos da Zen |