quarta-feira, 8 de agosto de 2018

A mulher marca o ritmo, no século XXI. Women set the pace in the 21st century.

Estamos revolucionando saindo debaixo das asas do homem !

Um estudo nos EUA sobre os sucessos musicais conclui que as cantoras influem mais que os homens na música atual.



Imagem do videoclipe de 'Medicina', último 'single' de Anitta.
Imagem do videoclipe de 'Medicina', último 'single' de Anitta.

Se no século XX o ritmo da música popular foi marcado pelos homens, no século XXI já é das mulheres. Elas são as protagonistas para nos fazer mexer o esqueleto, mas também para nos explicar a vida por meio das canções. Um estudo da rádio pública norte-americana NPR Music constatou que o papel das mulheres é essencial para entender o som de nossos tempos. A NPR Music, uma organização de mídia formada por uma rede de 900 rádios públicas nos Estados Unidos, analisou os sucessos musicais de 2000 até hoje e concluiu que as mulheres são mais influentes e determinantes do que os homens na criação musical por "desafiarem todas as categorias artísticas" e "empurrarem o som em novas direções". Como parte de seu projeto Turning the Tables, que visa mudar o cânone da música popular para formas mais inclusivas, a prestigiada organização radiofônica comprovou essa tese com uma lista de 200 "composições femininas essenciais", preparadas por um painel de 70 especialistas da indústria musical norte-americana.
Essas 200 músicas são uma amostra colorida dos gêneros modernos do novo século e demonstram que a música do nosso tempo não poderia ser entendida sem as mulheres. As conclusões surgem da observação de que várias cantoras e compositoras negras e latinas reformularam a música pop em diferentes frentes estilísticas. Entre as primeiras, M.I.A. —que encabeça a lista com a canção Paper Planes—, Beyoncé, Nicki Minaj, Janelle Monáe, Alicia Keys, Solange e Brittany Howard, do Alabama Shakes. Seus melhores temas, que vêm do legado da música afro-americana, seja o soul, o rhythm and blues, o funk ou o hip hop, deram ritmo a este século. O mesmo acontece com as latinas Xenia Rubinos, Amara La Negra, Natalia Lafourcade, Ana Tijoux e Bomba Estéreo.

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 Elas exploraram os sons e os temas com grande qualidade. Até mesmo no reggaeton, o último grito latino-americano dançável com impacto mundial que parece território de homens como Luis Fonsi, Maluma, J. Balvin e Daddy Yankee, há reguetoneiras de destaque, como Karol G, Natti Natasha e Anitta.




Rihanna, no Rock in Rio em 2010.
Rihanna, no Rock in Rio em 2010. EL PAÍS

A cantora brasileira entrou na lista da revista Billboard em dezembro, com o hit "Vai Malandra", garantindo a 10ª posição na lista dos 50 artistas mais influentes na internet, superando astros como Justin Bieber, Beyoncé e Lady Gaga. A aposta na carreira internacional continua rendendo frutos. Em março, Anitta chegou ao 7º lugar no ranking. Seu último single, "Medicina", uma aposta no reggaeton, cantando em espanhol e gravado na Colômbia, com equipe totalmente latina, foi lançado no final de julho e rendeu-lhe elogios da imprensa internacional. A revista da Billboard EUA, que a define como "a deusa pop brasileira", afirmou que o lançamento é "tão contagiante quanto suas outras músicas".
"A sociedade não mudou espontaneamente, e avançou sendo menos patriarcal graças ao trabalho de mulheres em outros tempos. Um exemplo que abriu o caminho na música para as mulheres é Madonna", diz Laura Viñuela, musicóloga feminista e consultora de gênero. O caso de Madonna no pop também é precedido no século passado por figuras como Billie Holiday no jazz, Wanda Jackson no country, Janis Joplin no blues e Patti Smith no rock. Mas basta uma simples olhada na lista da NPR Music para verificar que a liderança criativa feminina em nossos dias não é algo pontual. Está em todas as áreas. Nela também aparecem o pop dançante de Rihanna, Lady Gaga, Florence and The Machine, Lorde e Dua Lipa; o rap de Ms. Lauryn Hill e Cardi B; o rock de Courtney Barnett, Haim e Yeah Yeah Yeahs; o folk de Brandi Carlile e Feist; o soul de Sharon Jones, Erykah Badu e Alabama Shakes; o blues revisado de Valerine June e Rhiannon Giddens; o jazz de Cécile McLorin Salvant e Lizz Wright ou a sugestão indie de Regina Spektor, Joanna Newsom e Sharon Van Etten. Há também as supervendáveis, como Taylor Swift e Adele, que se repete com várias músicas na seleção da rádio norte-americana. Na realidade, além deste trabalho da NPR Music, o século XXI tem outros fatos definitivos que refletem o valor transcendental das mulheres na música, como os recordes de Adele em venda de discos, tornando-se a artista mais comercial deste século. Além disso, entre as turnês mais espetaculares e de maior bilheteria estão as de Beyoncé e Lady Gaga, que também ostenta, acima de Paul McCartney, Bruce Springsteen, Prince e Rolling Stones, o recorde de audiência, com mais de 150 milhões de espectadores no intervalo do Super Bowl, a grande vitrine midiática do ano nos Estados Unidos.
A sociedade tem avançado na igualdade e isso também se reflete na música. Mas ainda há um longo caminho a percorrer. Por exemplo, conseguir mais presença feminina na programação dos festivais e distribuir mais prêmios para mulheres em eventos do setor, como o Grammy nos EUA. É o que Viñuela define como "alcançar uma realidade de longo prazo". Porque, sem elas, definitivamente, o ritmo de nossos dias seria muito menos contagiante, alegre, resistente, emotivo, sensual, triunfante.




O último ícone: Amy Winehouse

A cantora Amy Winehouse, em uma imagem de arquivo.
A cantora Amy Winehouse, em uma imagem de arquivo. Corbis via Getty Images

Na lista de NPR Music aparece em destaque Amy Winehouse, que morreu em 2011. Dona de um talento vocal extraordinário e uma estética fascinante, a cantora britânica conseguiu levar o soul ao topo das paradas e ser em vida uma superstar em nível mundial. Mas, após sua morte, seu simbolismo foi além. Winehouse é o último grande ícone da música popular, à altura de Kurt Cobain, Bob Marley, John Lennon, Jim Morrison, Jimi Hendrix e Elvis Presley. Poucas mulheres alcançaram esse Olimpo da memória coletiva na música pop, ao qual pertencem Janis Joplin e, com menos impacto, Nina Simone. No século XXI, apenas Winehouse se situa nesta galáxia de titãs, dando mais valor às mulheres na música deste século.









Amo vocês meninas sucesso beijos da Zen





Novo exame de sangue detecta oito tipos de câncer. New blood test detects eight types of cancer.

Luta contra o câncer, não vamos desistir !

Procedimento não produziria quase nenhum falso positivo e custaria o mesmo que os testes que só procuram a presença de um tipo de tumor.

 

As biópsias líquidas podem melhorar outras técnicas para detectar o câncer, como as ressonâncias magnéticas. 
 
As biópsias líquidas podem melhorar outras técnicas para detectar o câncer, como as ressonâncias magnéticas.

Uma parte fundamental dos esforços contra o câncer se concentra no desenvolvimento de novos medicamentos. Entretanto, a necessidade de usar remédios é de certa forma um fracasso. A maioria dos tumores localizados pode ser curada apenas com cirurgia se forem detectados a tempo, antes que a metástase tenha levado o mal a outros órgãos do corpo, complicando o tratamento. Por esse motivo, um dos objetivos das atuais pesquisas contra o câncer consiste em detectar a enfermidade antes que ela comece a se espalhar pelo organismo.
Muitos tumores podem levar décadas até que comecem a crescer e se tornem uma doença mortal. Em muitos casos, no entanto, não é possível observá-los com as técnicas atuais. As biópsias líquidas, um tipo especial de exame de sangue que detectaria as células de um tumor ainda invisível por outros meios, são um caminho que pode melhorar a detecção precoce. Até agora, porém, a grande maioria das pessoas avaliadas com biópsias líquidas em busca de mutações está num estágio avançado da doença, e faltam estudos que tenham examinado um grupo amplo de indivíduos saudáveis para conhecer a precisão das análises.
A maioria dos tumores localizados pode ser curada apenas com cirurgia quando são detectados a tempo
Nesta semana, uma equipe internacional de pesquisadores publicou na Science um trabalho sobre um novo exame de sangue que pode ajudar a detectar oito tipos comuns de câncer numa fase pouco avançada. Após testar esse método em mais de 1.000 pacientes, seus inventores calcularam que para cinco desses tumores (ovário, fígado, estômago, pâncreas e esôfago – para os quais não há testes disponíveis em casos de risco médio) a sensibilidade do exame variava entre 69% e 98%. Também havia diferenças dependendo do estágio da doença avaliada. Na fase II, quando o tumor ainda não é muito grande e continua localizado, a sensibilidade foi de 73%. Na primeira fase, a sensibilidade média era de 43%, embora variasse entre 100% para o câncer de fígado e 20% para o de esôfago. Os outros tumores que podem ser identificados com o novo exame são de mama, cólon e pulmão.
Outra vantagem do exame de sangue apresentado nesta sexta-feira, batizado de CancerSEEK, é que a partir de algumas proteínas usadas como marcadores é possível identificar o órgão onde o tumor se encontra. Isso não é possível com as biópsias líquidas atuais, que se baseiam unicamente em uma análise genética. Por último, também é importante o fato de a técnica ser muito específica, algo que evitará quase completamente os falsos positivos.
O preço deste exame único para procurar rastros de oito tipos de câncer de uma só vez estaria em torno de 500 dólares (1.600 reais), segundo seus criadores, uma cifra inferior a testes para um só tipo de tumor, como a colonoscopia.

Provar que aumenta a sobrevivência.

“A partir de agora veremos muitos exames desse tipo, porque o conhecimento molecular das doenças é cada vez maior, e a tecnologia nos permite desenvolver estudos cada vez melhores a partir do sangue”, observa Pedro Pérez Segura, chefe do Serviço de Oncologia Médica do Hospital Clínico San Carlos, de Madri. “Os tumores são diagnosticados com técnicas pouco invasivas e incômodas, diferentemente das biópsias e das colonoscopias, e em sua maioria numa etapa muito precoce. Isso deve ter um impacto na sobrevivência e cura das pessoas”, acrescenta. “Além disso, os tumores avaliados, salvo os de mama e cólon, não têm exames específicos para essa detecção precoce”, diz.
Como em outros exames de diagnóstico precoce, o CancerSEEK terá que demonstrar que a detecção do câncer irá se traduzir num aumento da sobrevivência. “Para estabelecer a utilidade clínica do exame e demonstrar que pode salvar vidas, são necessários estudos prospectivos de todos os tipos de câncer analisados, em um grupo populacional grande”, admite Joshua Cohen, pesquisador da Faculdade de Medicina da Universidade Johns Hopkins de Baltimore (EUA). “É de se esperar que esse tipo de exame tenha um impacto na sobrevivência dos pacientes, embora o estudo não avalie isso. Mas, a priori, deveria ser uma boa ferramenta”, conclui Pérez Segura.









A terapia experimental que eliminou a metástase. Experimental therapy that eliminated metastasis.

Não vejo a hora de aparecer a cura definitivamente !

Um auto transplante de linfócitos funcionou contra os tumores mais letais, embora os especialistas alertem que a técnica ainda está em um estágio inicial.

A engenheira americana Judy Perkins está há dois anos e meio sem câncer após receber uma terapia experimental baseada no autotransplante de seus próprios linfócitos
https://brasil.elpais.com
 



A engenheira americana Judy Perkins está há dois anos e meio sem câncer após receber uma terapia experimental baseada no auto transplante de seus próprios linfócitos
Em 2014, a engenheira americana Judy Perkins tinha 49 anos e sofria um tumor de mama com metástase no fígado e outros órgãos. Os médicos lhe davam dois meses de vida. Quase quatro anos depois, continua viva e está há dois anos e meio sem nenhum sinal de câncer graças a um autotransplante de seus próprios linfócitos. Seu caso se transformou em uma esperança para desenvolver uma nova imunoterapia contra os tipos de câncer mais letais.
“Vimos cinco pacientes com remissões espetaculares como esta, incluindo outra mulher com câncer de cólon metastático que está há quase cinco anos sem a doença”, afirma Steven Rosenberg, cirurgião do Instituto Nacional do Câncer dos EUA e criador dessa terapia experimental. “Esta técnica está ainda em sua infância. Trabalhamos sem descanso para aumentar sua eficácia, porque até agora só 15% dos pacientes respondem”, adverte Rosenberg, um veterano pesquisador de 78 anos, em conversa por telefone de seu escritório em Bethesda, no Estado de Maryland.
A possibilidade de desenvolver novas terapias contra os tumores mais letais pelas quais quase ninguém possa pagar é real, reconhecem alguns oncologistas
O mais interessante desses casos isolados é que os pacientes tinham tumores epiteliais com metástase em outros órgãos. Esse grande grupo de lesões causa 90% de todas as mortes por câncer e não há nenhum tratamento eficaz contra elas. “Esses resultados nos dão a esperança de poder encontrar uma estratégia para tratar tumores epiteliais, por exemplo de fígado, cólon, colo do útero, mama e outros”, detalha Rosenberg.
A nova técnica se conhece como linfócitos que se infiltram no tumor (TIL, na sigla em inglês), uma nova variante de imunoterapia em fase de testes que poderia somar-se às já existentes. Atualmente já há no mercado medicamentos baseados em anticorpos que se unem aos linfócitos e lhes permitem unir-se às células tumorais e destruí-las. Essa imunoterapia é eficaz contra o melanoma metastático e o câncer de pulmão avançado, embora só funcione em um terço dos pacientes por razões que ainda não estão claras. Outro tipo de imunoterapia em cujo desenvolvimento Rosenberg teve um papel fundamental é a terapia genética com base em células CAR-T, linfócitos modificados geneticamente que se mostraram eficazes contra tumores sanguíneos, principalmente leucemias agudas em pessoas jovens.
A técnica TIL é outra reviravolta destinada a combater tumores que não respondem a outras imunoterapias. Ela consiste em isolar linfócitos T que penetraram no tumor e selecionar aqueles que são capazes de identificar neoantígenos, proteínas produzidas somente pelas células tumorais. No tratamento de Perkins, por exemplo, os médicos isolaram apenas 11 linfócitos que identificavam quatro antígenos tumorais, a partir dos quais obtiveram em laboratório 80 bilhões de filhos que depois foram reinjetados. Um ano depois, todos os tumores tinham desaparecido.
O cirurgião Steven Rosenberg
O cirurgião Steven Rosenberg
Neste ponto, Rosenberg dá uma notícia boa e outra, ruim: “Cerca de 80% dos pacientes com cânceres epiteliais geram linfócitos que reagem contra o tumor, mas de 197 mutações identificadas, 196 são exclusivas do tumor desse paciente e não são compartilhadas com nenhum outro, com exceção de uma mutação do gene KRAS, que observamos em dois pacientes”. Isso significa que é preciso desenvolver um tratamento para cada doente, o que, por sua vez, requer o uso de salas limpas, sequenciamento genético em massa do paciente e de seu tumor e o trabalho de 30 especialistas.
O custo dos medicamentos aprovados para a terapia CAR-T é de 400.000 euros (1,7 milhão de reais) e o da TIL poderia passar disso. A possibilidade de desenvolver novas terapias para tumores mais letais pelas quais quase ninguém possa pagar é real, reconhecem alguns oncologistas.


  • Estudo sugere que três cafés por dia reduzem a mortalidade prematura entre 8% e 18%
“De certa forma, seria muito positivo chegar a ter esse problema, porque significaria que a terapia demonstrou ser eficaz”, afirma Alena Gros, que chefia o Grupo de Imunoterapia e Imunologia de Tumores do Instituto de Oncologia Vall d’Hebron, em Barcelona. “O mercado e o sistema de saúde teriam de ser regulados de acordo com a necessidade e a eficácia para que os pacientes pudessem receber o tratamento. Isso ocorreu com outras terapias celulares, como a de células CAR anti-CD19, que só é paga se o paciente responder a ela. No momento, ainda estamos longe de nos confrontar com esse dilema”, assinala.
Gros conheceu Judy Perkins e outros pacientes que tiveram recuperações surpreendentes entre 2014 e 2016, quando esteve aprendendo a técnica TIL no laboratório de Rosenberg. Agora pretende aplicá-la em um teste clínico na Espanha, embora ainda possa demorar um ou dois anos para colocá-lo em andamento.
Em Madri, a equipe de Manuel Ramírez-Orellana testou a TIL para tratar quatro crianças com tumores que não respondiam a outras terapias no Hospital Menino Jesus. “Vimos que o tratamento era seguro, mas os pacientes não responderam.” Nesse caso, foram cultivados os linfócitos que tinham se infiltrado nos tumores, mas não foi feita uma seleção em função dos neoantígenos que eram capazes de reconhecer, algo que pode ser a chave para explicar por que a terapia funcionou tão bem em alguns pacientes nos EUA. “De qualquer forma, os últimos estudos de Rosenberg demonstram que há uma possibilidade de tratar cânceres que se consideravam incuráveis e é uma possibilidade que é preciso explorar”, destaca Ramírez-Orellana no Hospital Infantil de Seattle (EUA), onde está aprendendo engenharia de linfócitos T.
O custo dos medicamentos de terapia genética equivale a 1,7 milhão de reais e o da técnica TIL poderia ser maior
O pesquisador acredita que a estratégia mais eficaz será combinar terapias − por exemplo, atacando os primeiro tumores com vírus oncolíticos e depois com a TIL. “A TIL exige instalações caras de criar e manter, mas elas já existem em alguns hospitais públicos espanhóis. Todo o programa de pesquisa em paralelo exige recursos muito difíceis de conseguir. Os tratamentos com células CAR-T têm preços exagerados. É absurdo, porque um sistema público de saúde não pode pagá-los, nem mesmo muitos sistemas privados. Ou há uma mudança radical ou esse tipo de tratamento será só para uma elite”, alerta.
Rosenberg não tem dúvida de que se os tratamentos desse tipo se mostrarem eficazes, “o engenho da indústria farmacêutica se encarregará de torná-los possíveis e acessíveis”. “Há pelo menos três empresas que já estão explorando o desenvolvimento comercial”, assegura.