A infância? A adolescência?
Segundo o sexólogo Bruno Inglês, essa idade não existe. O importante, diz, é que os pais criem "um espaço de abertura" para conversar e tirar dúvidas aos filhos.
Um espaço que pode ser difícil de conquistar tendo em conta o ritmo de vida atual, avisa o especialista:
"Quando os pais mal veem os filhos", é difícil criar esse espaço.
Mas quando os pais são "esclarecidos" e há "rotinas de vida social em comum" as coisas acontecem com naturalidade.
"Uma série de televisão, por exemplo, pode suscitar o tema", refere o sexólogo ao CM, aconselhando os pais a responderem apenas ao essencial.
"As respostas mais eficazes são as curtas e simples, sem excesso de informação.
Não vale a pena responder a mais do que é perguntado, nem grandes discursos.
As crianças e jovens são práticos e contentam-se com respostas simples".
Bruno Inglês destaca ainda a importância de fazer sempre um "enquadramento afetivo" quando se dá informação sobre "aspectos biológicos ou métodos contraceptivos" para não tornar o tema da sexualidade "muito frio e cru".
"Deve sempre relacionar-se sexualidade com afetividade", diz o sexólogo.
E sublinha a necessidade de transmitir a informação correta:
"Hoje há muito acesso à informação pela internet, mas muita não é correta.
A informação mais esclarecida deve ser a que advém de pais e professores.
É a essa informação que os jovens dão mais credibilidade".
"O SEXO MANTÉM A PAIXÃO":
Rute Penedo, Manequim 27 anos Qual é a sua arma de sedução?
É a minha descontracção.
Qual a importância do sexo na sua vida?
O sexo é muito importante para manter uma relação e a paixão.
Que artigo compraria numa sex shop?
Uma lingerie. Como foi a 1.ª vez?
Foi na praia e foi pouco agradável.
Verão é a estação do sexo?
É o Verão, o Outono, o Inverno e a Primavera. Fica disponívelquando..
. O meu coração está sempre aberto. José Sócrates ou Ronaldo?
Ronaldo, claro. Faz muito o meu género.
PROFESSORES NEM TODOS ESTÃO PREPARADOS.
A educação sexual passou a ser obrigatória nas escolas, do 1º Ciclo ao Secundário, não como disciplina específica, mas de forma transversal.
Mas a queixa mais apontada é que falta preparação aos docentes.
"Os professores têm dificuldade em abordar o tema.
Muitos têm questões por resolver.
Falta dar formação ou colocar nas escolas técnicos", defende Bruno Inglês.
NÃO FORÇAR O TEMA.
Os pais não devem forçar o tema da sexualidade mas quando, por exemplo, desconfiam de que os filhos iniciaram a vida sexual, devem falar com eles desde que o façam "com naturalidade" e sem "invadir a sua privacidade".
AMIGOS SÃO FONTE ;
Um estudo de 2001, do sexólogo Nuno Nodin, indica que 55,2% dos jovens adultos obtiveram informação sobre os contraceptivos que usam junto de amigos, enquanto 49,6% recorreu aos pais e 23,4% aos professores.
VIGIAR USO DA NET.
Os pais devem "estar atentos e monitorar" o uso da internet, em especial das redes sociais, MSN e chats, defende Bruno Inglês: "De vez em quando devem entrar nos quartos e ver o que estão a fazer."
ADIAR RESPOSTAS .
"Os pais devem dar informação correcta, o que significa que se não souberem devem adiar a resposta e dizer ‘vou procurar saber e depois digo-te’ e nunca dizer que não sabem ou ‘não é para a tua idade’", afirma o especialista.
Dúvidas ao longo do tempo.
Explica se que, na primeira infância, as perguntas sobre sexo costumam ser.
"O que é?", "Como é feito?" e outras curiosidades simples, ainda bastante distantes da prática.
Até os 5 anos, os pais se preocupam mais se as crianças estão tocando as partes íntimas, e se fazem isso na frente dos outros, afirma Laura. O importante, nesse caso, é explicar para o menor que isso não pode ser feito o tempo todo, que ele está na fase de brincar e se divertir, acrescenta a especialista.
"A partir do momento em que a criança se aproxima da adolescência, surgem questões mais elaboradas, sobre as mudanças do corpo, sobre como se faz sexo, como usar camisinha, como evitar a gravidez e doenças sexualmente transmissíveis (DST), além de dúvidas sobre masturbação, desejo, excitação, sexo oral ou anal, e orgasmo", enumera Laura.
Com esse "empurrão" hormonal, vem também a primeira menstruação e a primeira ejaculação espontânea. Em média, isso ocorre aos 12 anos, mas entre 9 e 16 ainda é considerado um período normal.
De acordo com a sexóloga, os adolescentes em geral vivem quatro grandes dilemas nessa difícil fase de transição: sexual (fazer ou não, e como), profissional (qual carreira seguir), existencial (quem eu sou, do que gosto e qual é o meu grupo) e tóxico (como lidar com álcool, cigarro e drogas).
A maior dificuldade é falar: as pessoas têm medo de que uma conversa estimule o sexo, ou receio de dizer algo errado. Mas ninguém tem todas as respostas"
"A casa deve ser um complemento da escola, um porto seguro, e os pais precisam estar abertos ao diálogo, apoiar uma educação sexual de qualidade, conversar sobre prática, prazer, afeto e diversidade", aponta Laura.
Os limites, segundo a sexóloga, vão até o ponto em que algo não fere a pessoa e seu parceiro tanto física quanto emocionalmente. Além disso, não se deve fazer nada só para agradar ao outro, nem se sentir pressionado pelo companheiro ou por colegas.
"O jovem vai estar pronto para o sexo quando estiver bem informado e amadurecido. É preciso se perguntar: 'Estou pronto? Quero mesmo?'", ressalta.
E não deve haver nenhuma distinção de ensinamentos para meninos e meninas, segundo Laura.
"Às vezes, as pessoas acham que é preciso criar diferente, mas a educação deve ocorrer da mesma forma. O que difere são as fases de cada um, cada gênero vai ter um grau de amadurecimento conforme a experiência de vida e outros fatores, mas as dúvidas são muito parecidas", diz.
8 lições
"Sexo é diferente de sexualidade. Sexo é o ato em si, já sexualidade é o jeito de cada um ser no mundo, homem ou mulher, de se relacionar com as emoções, os sentimentos e o mundo ao redor. O sexo é apenas um aspecto da sexualidade – que existe desde a infância", compara a autora.
Ainda, que há um terceiro conceito, o de gênero, que é a identidade sexual de cada pessoa, um conjunto de jeitos de ser que pode depender ou não do sexo com o qual se nasce.
"Precisamos de uma flexibilização desses significados, dos papéis, e refletir o que realmente é da mulher e do homem, com tolerância e múltiplas possibilidades".
A casa deve ser um complemento da escola, um porto seguro, e os pais precisam estar abertos ao diálogo, apoiar uma educação sexual de qualidade (...)"
O segundo capítulo do livro, por sua vez, é destinado à história da sexualidade humana, pois o que vivemos , é fruto de uma série de questões culturais, de repressão sexual (principalmente feminina), do surgimento da Aids e da emancipação da mulher.
Com essa retrospectiva, é possível entender como o ser humano chegou até aqui e por que o sexo ainda é um tabu.
Em seguida, vem o papel dos pais e professores na educação sexual de crianças e adolescentes.
"É preciso olhar para si antes de educar os outros, ver quais são seus valores e crenças.
Os adultos de hoje, por exemplo, não usavam redes sociais quando eram adolescentes, então precisam entender um pouco mais sobre o uso da internet nos relacionamentos, com quem os filhos falam, o que publicam".
Por outro lado, os jovens têm que compreender que o sexo pertence ao mundo privado, e não ao público, razão pela qual deve haver limites.
"Muitas vezes, não nos damos conta do quanto expomos coisas .
Seu filho aprende certo se voçê ensinar o certo. |
Melhor aprender com a verdade mesmo que for difícil |
Meninos possuem pênis , meninas vagina |
Eles sabem que possuem órgãos diferentes |
Vieram do ato sexual e não de sementes |
Não é a cegonha que trás |
Isto é certo ensinar |
Existem opções sexuais ensine pois também ocorre vida sexual |
O ato não é eletricidade , mais pode gerar um filho ou uma doença então você pode ter uma sobre carga |
Aprenda a ensinar leia , se preciso consulte um especialista , psicólogo ou sexólogo. |
Criança, adolescente, precisa de informação isso evita abuso. |
Afinal qual é a idade aconselhada para abordar o tema da sexualidade com os mais novos?
Ler mais em: https://www.cmjornal.pt/sociedade/detalhe/educacao-abertura-para-falar-de-sexo
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