Estamos na era do aprimoramento pessoal.
A falta de diálogo e de linguagem precisa acaba nos deixando sozinhos em meio aos desafios do florescimento humano.
Quanto mais procuramos nos moldar para melhor , mais dúvidas obscuras, facilmente somos enganados por charlatões, por falsos políticos corruptos, por empresários que se posicionam como donos de sua própria razão e nos escravizam, por cientistas com premissas ocultas, por falsos profetas apagando a fé dos desesperados por um milagre , uma solução por seus problemas, por nós mesmos por nossas falhas , falta de coragem e atitudes, até pela indústria de psicofármacos, medicamentos que nos aprisionam , nos corrompem fisicamente e moralmente: a vida desregrada vicia o corpo e a mente e nos torna mais doente.
Quando se fala em transformação na maioria dos casos o que se oferece é apenas mais um tipo de mudança: de estilo de vida, de hábito, de crença, de "paradigma", de trabalho, de cultura, de visão de mundo, de moradia, de relação, de propósito, de comportamento, de fascinação estética…
Mudamos de relação sem transformar a carência. Mudamos de método de produtividade sem transformar a distração. Mudamos de escritório sem transformar a competição. Mudamos de ansiolítico sem transformar a ansiedade. Mudamos de projeto incrível sem transformar a visão estreita. Mudamos de objetos sem transformar o apego. Mudamos de filosofia sem transformar a ignorância. Mudamos de estratégia sem transformar o medo. Mudamos de casa sem transformar a insatisfação.
Aproxime-se de uma pessoa que já alterou bastante seus hábitos e crenças, que foi de “Você cria sua realidade”,do sedentarismo aos esportes radicais, e pergunte o que exatamente ela fez para superar o autocentramento, o ciúme, a dependência emocional… Sem precisar filosofar, apenas observando, descobrimos que é muito possível trocar de hábitos e crenças sem nem fazer cócegas em estruturas profundas de aprisionamento cognitivo e emocional. É possível mudar e melhorar sem se transformar.
Luciano Ribeiro, editor do Papo de Homem, ele disse:
"Organizar e melhorar tudo na vida não significa que você está transformando as coisas. Você pode estar com as contas em dia, um relacionamento gostoso, dinheiro rendendo, corpo saudável, um trabalho dos sonhos... e isso ser apenas uma bomba relógio pois a qualquer momento uma grande aflição pode aparecer internamente ou uma tragédia pode aparecer externamente, e você desabar por falta de equilíbrio e sabedoria ao lidar com as experiências."
Podemos casar com diversas pessoas e ir carregando junto o mesmo e velho ciúme para as próximas relações. Podemos implementar ações positivas por esforço sem nunca cultivar as qualidades que as tornariam naturais, livres e espontâneas. Portanto, assim como é melhor focar em superar o ciúme em vez de ficar escolhendo o próximo parceiro, é melhor focar em transcender qualquer tipo de crença e hábito em vez de ficar escolhendo as próximas crenças e hábitos.
Experimente agora lembrar de seu passado. Quantas vezes você já mudou?
E o que você inevitavelmente carregou a cada novo nascimento?
Um exemplo daquilo que carregamos junto a cada mudança: a mesma mente reativa, cada vez fascinada por uma nova história.
Mudamos, aprimoramos, melhoramos, rebuscamos, turbinamos, remediamos, resolvemos, ajustamos, lapidamos, aperfeiçoamos nossa pose, nossa esperança, nosso controle, mas não chegamos no ponto de não mais posar, não mais esperar, não mais controlar. E assim por diante.
As mudanças internas são as que mais se passam por transformação. Antes a pessoa se fixava em uma teoria sobre o que é a vida, agora ela mudou: está fixada em uma teoria mais sofisticada.
E o mecanismo da fixação segue intocado...
A gente começa a se transformar justamente quando olha mais de perto para tais mudanças. Liberdade é se condicionar em um novo hábito ou não mais agir por condicionamento? Sabedoria é uma nova crença, uma visão incrível ou é compreender como um referencial se implanta e monta toda uma realidade sólida? Equilíbrio vem de controlar com mais esperteza ou de soltar o controle?
Não é fácil detectar o limite do processo de mudança em uma cultura que promove tantas soluções desse tipo.
“Você quer se transformar?
Basta saber disso, estudar aquela pesquisa, ler tal livro, não esquecer daquilo, começar a dormir mais, usar esse novo modelo de pensamento, se exercitar assim, comer isso, fazer tal coisa, implementar tal hábito…"
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