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O Dia da Coragem é comemorado anualmente em 6 de maio.
Esta data homenageia uma das virtudes mais nobres que alguém pode ter: a coragem!
Não
são todos que têm a coragem para enfrentar os obstáculos que surgem em
suas vidas. Ter coragem significa encarar momentos difíceis e de
sofrimento, mas com a certeza de superar todos e se tornar um ser humano
mais forte e experiente.
Coragem não é sinônimo de imprudência,
mas sim de ousadia em assumir ou fazer algo que sabe ser o certo sem se
preocupar com críticas maldosas, por exemplo.
Uma pessoa com
coragem também pode ter medo, mas o que a torna corajosa é o fato de
agir apesar deste sentimento. O corajoso consegue superar as barreiras
do temor e da intimidação.
Mensagem para o Dia da Coragem
“Eu
espero que você se agarre com todas as forças à vida e que não se deixe
entristecer. A solução para melhorarmos começa em nossa atitude. Com
coragem e um coração cheio de fé, eu tenho a certeza que você vai
conseguir! Feliz Dia da Coragem!” “A vida é muito curta
para ser levada com covardia, preguiça e principalmente para perder sem
tampouco ter lutado! Você que hoje descansa a cabeça no travesseiro
pronto para sonhar o que acha impossível, faça um favor a si mesmo e
amanhã ganhe coragem, ouse e lute pela vitória! Viva com coragem!” Não há amor sem coragem e não há coragem sem amor. - Rollo May Tenha sempre coragem para arriscar, pois pior que não conseguir é perder por nunca ter tentado!Coragem é resistência ao medo, domínio do medo, e não ausência do medo. - Mark Twain. Coragem é a capacidade de agir apropriadamente mesmo quando morrendo de medo. - General Omar Bradley.
E porque ando empolgadíssima com a série de posts que
estou preparando, resolvi pesquisar também uma relação de curiosidades
sobre a Islândia que são desconhecidas para muita gente – e algumas são
bastante interessantes!
1. Os islandeses não gostam de comer bichos feios:
Reza a lenda que os islandeses não gostam de comer animais feios.
Tipo, o
bacalhau. Apesar da Islândia ser um dos maiores exportadores de bacalhau
– é uma ilha quase no círculo polar ártico e o bacalhau, por ser um
peixe de água fria, dá tanto pelas águas de lá que só falta pular do mar
direto para o prato – o consumo do peixe no país é baixíssimo, quase
restrito aos restaurantes turísticos.
E há o boato de que até os anos 50 as
lagostas, quando pescadas por islandeses, eram devolvidas ao mar; elas
podem até ser gostosas, mas convenhamos que o rostinho bonito não é bem o
forte delas!
Talvez
por isso a frase “prepare-se para comer bichos fofinhos” foi a melhor
descrição do que eu encontraria no meu prato ao longo dos dias por lá:
carne de cordeiro, bezerro e baleia estão em boa parte das
especialidades. ????????????
Há um
detalhe, porém: o fato dos islandeses comerem filhotes fofinhos não quer
dizer que o prato não seja esquisito, pelo menos para os nossos
padrões. Algumas das iguarias típicas de lá são:
Svið: uma
cabeça de ovelha cozida e servida inteira no seu prato. Come-se tudo,
inclusive os olhos. É o tipo da refeição “coma para dizer que foi na
Islândia”. Boa sorte se você se aventurar; eu não comi porque só a visão
e descrição são “a bit too much” for me.
Hrútspungar: basicamente, testículos de carneiro.Como
historicamente a Islândia era um país de fazendeiros – e logo não eram
pessoas muito ricas – era preciso aproveitar praticamente tudo do
animal, especialmente durante o inverno. Daí, os testículos de carneiro
eram acidificados (ou talhados, como queira) para serem preservados no
inverno. Precisa dizer mais alguma coisa? ????
Hákarl: talvez o pior deles.
Basicamente é uma carne de tubarão fermentada com um delicioso sabor de
amônia. Sabe aquela frase que diz que se a gente soubesse como nossos
alimentos são produzidos, nós íamos parar de comer muita coisa? Pois é,
isso se aplica perfeitamente neste caso: o processo tradicional de
produzir o hákarl envolvia abrir um buraco no chão, colocar a carne de
tubarão dentro, fazer xixi em cima ????(!!!!!) e depois fechar o buraco,
para a carne fermentar enterrada por alguns meses! Obviamente, este
processo não é feito mais desse jeito hoje – ao invés de xixi eles jogam
outros produtos – e você pode se aventurar e experimentar isso no Kolaportid flea market, que fica bem pertinho do Harpa. Ah, importante: a iguaria costuma ser servida com uma bebida local típica chamada Brennivín, também carinhosamente chamada pelos locais como “Peste Negra”. Alguém quer?
2. Na Islândia, todo mundo é parente:
Uma
situação nada incomum na Islândia: suponha que você é islandesa e sai à
noite para se divertir da balada de Reykjavik (aliás, eu já disse que a
noite na capital islandesa é algo que você PRECISA fazer, mesmo que não
seja da turma das festas?).
Daí,
você conhece alguém (vou ilustrar esse exemplo como você sendo mulher e o
outro homem, mas você coloca os gêneros que você quiser, tá?)
Você tá soltinha, ele também, e pá – pintou um clima, e dali rola um “one night stand”. ???? ????
Você
acorda o dia seguinte feliz, de página virada e super decidida a nunca
mais encontrar o sujeito porque foi só uma aventura de uma noite de
verão.
Daí,
você segue para o aniversário de 90 anos da sua avó, só para dar de cara
com o sujeito de novo sentado do outro lado da mesa no jantar de
família e descobrir que ele é irmão do seu primo.
Isso é
sério. A população da Islândia é tão pequena – um pouco mais de 300 mil
habitantes, quase o equivalente à população da cidade de Taubaté, no
interior de São Paulo – e basicamente metade disso vive em Reykjavik,
de modo que os casamentos e “misturas” entre as pessoas foram
acontecendo ao longo do tempo só entre a ilha. Há inclusive o “Livro dos
Islandeses” (ou Islendingabok),
um site em que um islandês pode pesquisar a genealogia de outra pessoa e
descobrir se aquele “crush” que ele acabou de conhecer não é, na
verdade, sua irmã.
Isso não
é brincadeira: há artigos que afirmam que antigamente uma pesquisa
devia ser feita no cartório antes de qualquer casamento, porque todo
mundo era tão parente que havia a possibilidade de irmãos casarem entre
si!
Por
isso, é comum que em casos de divórcio na Islândia, ex-maridos e
ex-mulheres tentem manter uma relação amigável, porque é altíssima a
probabilidade deles se encontrarem na rua muitas vezes – ou, ainda, um
namorar o parente do outro. Por outro lado, curiosamente, a Islândia tem
um nível altíssimo de casos extraconjugais e bebês nascidos fora do
casamento. Não sei porque isso acontece, nem como o pessoal de lá
consegue esconder essas coisas se todo mundo conhece todo mundo!
3. Há uma princesa Disney inspirada em uma islandesa (e tudo por causa de uma paixão não esquecida)
Por ter
uma população pequena e por todo mundo ser parente por lá, foi mais
fácil para genealogistas pesquisarem a origem da população local e
descobrir que, sim, quase todo mundo por lá descende diretamente dos
Vikings, que chegaram à região em torno dos anos 800.
E, bem,
não posso dizer que todo mundo de lá é bonito porque isso é questão de
gosto pessoal, mas a verdade é que eles tem um físico bem peculiar – e
que, na prática, quase todo mundo se apaixona pelos islandeses. ❤️
Ou pelas islandesas.
O fato
deles serem super simpáticos, extremamente cultos e morarem num país
super cabeça aberta e lindo de morrer ajuda, claro! Mas em geral o que
fica mesmo na memória de quem visita a terra é o aspecto físico mesmo.
E a história talvez mais curiosa dessas paixonites aconteceu com um canadense descendente de islandeses chamado Charlie Thornson.
Ele era
um excelente ilustrador, mas sua vida pessoal não foi das mais felizes:
foi casado duas vezes, e ambas suas esposas faleceram em questão de
meses após o casamento, bem como os dois filhos que tiveram com ele.
Depois que a segunda esposa morreu, ele ficava frequentando cafés em
Winnipeg, deprimido, bebendo e rascunhando desenhos. No seu café
favorito, porém, ele conheceu uma garçonete islandesa chamada Kristín
Sölvadóttir, que estava passando uma temporada com parte da família dela
que morava no Canadá. Ela linda, ele apaixonado; ele logo se declarou.
Aqui rola uma certa polêmica quanto aos fatos – há quem diga que foram noivos e há também a versão de que ela recusou e viajou para longe
– mas a verdade é que o casamento nunca aconteceu e ela voltou tempos
depois para a Islândia. Ele, porém, nunca se esqueceu dela, e a
imortalizou para o mundo ao trabalhar para os estúdios Disney, onde
criou a versão original da primeira princesa da franquia, a Branca de
Neve.
Agora, me diga: quem não gostaria de uma declaração de amor dessas – ser imortalizada como uma princesa? 🙂
Detalhe:
Apesar da história de amor, o nome de Charlie Thornson não consta nos
créditos do desenho da Branca de Neve divulgados pela Disney por uma
razão: diz-se que o próprio Walt Disney tinha uma política de
confidencialidade em relação aos créditos dos desenhistas que
trabalharam no projeto, e isto enfurecia Charlie, que era um dos mais
talentosos da equipe e queria ter seu trabalho reconhecido. Isso gerou
sérias discussões, e por fim ele largou os estúdios antes mesmo do
lançamento do filme da Branca de Neve, mas levou consigo todos os
rascunhos e desenhos que fez do período de produção para comprovar sua
história. Estes documentos encontram-se hoje na Biblioteca da Universidade de Manitoba, no Canadá.
4. A paisagem é tão louca que a Nasa escolheu o país para treinar seus astronautas lá
Na década de 60, durante o programa espacial Apollo, a Nasa levou para a Islândia um grupo de astronautas para duas missões de treinamento. A idéia era prepará-los de antemão para se virarem numa paisagem
inóspita e de condições extremas, antes de mandá-los para a Lua. E a
paisagem mais próxima do que eles acreditavam que seria uma superfície
lunar foi a cadeia de montanhas ao norte do Vatnajökull glacier, o maior
da Islândia.
Ou seja: quando a gente diz que a Islândia é coisa do outro mundo, é para interpretar mesmo ao pé da letra!
5. Eles tem uma das maiores concentrações de gêiseres do mundo.
Alguns
idiomas no mundo tem a capacidade de “emprestar” palavras para descrever
uma determinada coisa. E se há uma palavra oriunda do islandês que foi
exportada para o mundo, essa palavra é “gêiser”. Com tanta atividade
termal acontecendo na ilha, é super natural vê-la sempre borbulhando.
Um dos
mais famosos gêiseres fica na trilha do Golden Circle – um circuito de
estrada que passa por algumas das principais atrações do sul da ilha. Essa parada chama-se Geysir Hot
Spring Area e é lá que fica o Strokkur, o gêiser mais ativo do país. A
vantagem de visitá-lo é que ele nunca decepciona os turistas, que podem
esperar uma erupção a cada 4 minutos, mais ou menos. Ainda assim, os
estudiosos consideram que ele está mais “calmo”, já que no passado suas
explosões chegavam a 40 metros de altura – hoje estão entre 10, às vezes
20 metros.
O único
gêiser que eu vi no passado foi na Nova Zelândia, e a erupção dele
contava com uma certa “ajuda”, já que alguns dos profissionais do parque
geotermal de lá “alimentava” o gêiser com algumas substâncias que
acelerassem a erupção – de modo que foi bem interessante ver um
“funcionando” de forma tão poderosa e espontânea. 🙂
Curiosidade: os
gêiseres foram muito úteis no dia a dia dos islandeses. Era comum que
alguns deles usassem as águas termais quentes para lavar roupa,
aquecer-se no inverno e até cozinhar ovos e pão na “boca” do gêiser –
era só tomar cuidado para fazer isso enquanto ele não explodia! 🙂
6. A Islândia tem várias coisas compactas: inclusive cavalos e ovelhas.
Repare:
apesar de ser um um país “verde” no sentido de ser sustentável, esse
mesmo verde não se traduz na paisagem: em muitas paisagens fora das
estradas não se vê muitas árvores.
Porém, é bem comum um tipo de vegetação que parece um monte de arbustos agrupados. Algumas são um pouco maiores que uma pessoa.
“Isso
que vocês chamam de arbustos, nós chamamos de floresta islandesa”, disse
o guia que nos acompanhava. “Há um ditado por aqui que diz que, ‘se
você se perder em uma floresta na Islândia, basta ficar de pé para se
achar’”.
É brincadeira – nem todas as árvores não
são tão baixinhas assim. Essas “florestas” – pelo menos as nativas, ou
seja, que não foram plantadas pelo homem – parecem mesmo mini árvores. E
o motivo disso é que as condições áridas do inverno rigoroso, as mini
“eras do gelo” que aconteceram nos séculos passados e a erosão natural
causada pelo vento, pelas erupções vulcânicas e pelos animais de pasto
não favoreceram o crescimento de muitas árvores. De umas décadas para
cá, os islandeses tem procurado reflorestar várias áreas, e já há
algumas regiões de árvores bem altas – mas ainda assim o mais comum
ainda é ver essas “florestas de arbustos” nas encostas dos montes na
paisagem.
O mesmo
vale para os cavalos e ovelhas islandesas: as raças que existem lá não
são nativas, e sim descendentes das primeiras raças de cavalos e ovelhas
levados pelos viking há séculos atrás. Mas o motivo pelo qual se
adaptaram perfeitamente ao país é porque são pequenos (alguns cavalos
tem status de pôneis) e extremamente fortes e peludos para resistir ao
inverno.
Muitos
tours, por isso, incluem passeios em cavalos islandeses que, aliás, são
uma fofurinha! 🙂 Se você gosta de cavalgadas, é um passeio imperdível –
aqui há um tour que organiza isso a partir de Reykjavik – mas se prefere só ir vê-los, há alguns passeios pelo Golden Circle que incluem uma parada em uma casa de fazenda para almoço, e muitas delas tem cavalos e ovelhas para ver de perto!
7. A Islândia tem o maior número de escritores por habitante do mundo.
Há estatísticas que apontam que o 1 em cada 10 islandeses publica um livro
– o que, considerando que a população total é de 300 mil habitantes , é
um percentual altíssimo. Mas isso só ilustra os números de volumes
publicados – porque a verdade é que eles costumam escrever (e ler) muito
mesmo.
E isso,
ao que dizem, vem de tempos. Afinal, os invernos são longos e com dias
muito curtos e escuros, de modo que ficar dentro de casa escrevendo
virou uma tradição.
Ah, e
não por acaso, o país é famoso por ter uma mitologia de elfos, trolls e
paisagens fantásticas, bem como uma enorme tradição de viagens e
aventuras dos antepassados vikings, o que ajuda na imaginação na hora de
escrever. E essa coisa do escritor atormentado e vivendo na miséria
também não existe por lá – muitos deles recebem salários e conseguem
viver da escrita.
O que não quer dizer que todos eles
sejam um tipo de Paulo Coelho nadando em dinheiro.
Não; na Islândia ser
autor de livros não é visto como um status maior do que os outros
trabalhos, e é algo acessível a qualquer pessoa, inclusive quem não
tenha muito estudo.
O que isso quer dizer na prática? Que Reykjavik ganhou da Unesco o título de Creative City of Literature – mesmo status de cidades como Dublin, Edimburgo, entre outras.
Porque enumerei essa dica aqui? Porque se você for para Reykjavik, fica a dica de passear por alguma das livrarias da cidade.
Mais do que nas livrarias, a cidade respira cultura – mas nas livrarias
é fantástico o acervo de obras literárias, jogos, papelarias e qualquer
coisa fofinha que enche os olhos de quem ama viver entre livros.
????????
8. A Islândia é um dos países mais felizes do mundo – mas um dos conceitos de felicidade tem a ver com o fracasso. E funciona.
Ainda sobre livros… 🙂
No livro “A Geografia da Felicidade”,
o autor (que se autointitula um mau -humorado crônico) tem uma proposta
interessante: ele viaja para vários países no mundo que tenham sido
indicados, por algum estudo econômico, filosófico ou sociológico, ser “o
país mais feliz do mundo”. Ao ir para cada um dos países listados, ele
tenta entender qual o conceito de felicidade em cada um desses lugares e
o quanto isso de fato impacta na vida das pessoas ali que faça
justificar o sentido da felicidade.
Antes de
mais nada, eu devo dizer que recomendo a leitura mesmo! O livro é um dos melhores travel writings daqueles
que faz a pessoa viajar e questionar ao mesmo tempo.
Pois
bem: um dos países era a Islândia, que não raro é considerada o melhor
país do mundo, especialmente pelos próprios islandeses. E há vários
motivos que justificam que os islandeses acreditem nisso (e eu concordo
com muitos deles)… Mas o que o autor do livro propôs é que uma das
razões da felicidade na Islândia é a idéia ao redor do (retumbar de
tambores)… fracasso.
Você leu
direito. E provavelmente teve o mesmo ponto de interrogação no rosto
que eu tive: afinal, a gente entende que um país seja feliz quando as
pessoas conseguem ter sucesso, mas não quando tem fracasso… certo?
Mas a
lógica disso é que, segundo o autor do livro, tanto o sucesso quanto o
fracasso não é levado tão a sério pelos islandeses. Pelo, contrário, o
fracasso está inserido numa filosofia de liberdade de expressão, que diz
que um islandês pode tentar ser o que quiser e mudar de idéia quantas
vezes for necessário: ele pode começar estudando para médico, depois
largar o trabalho para ser engenheiro, depois resolver trabalhar
profissionalmente com vocalista de uma banda de rock, depois virar chef
de cozinha e por fim ser criador de ovelhas. Logo, não tem problema se
eventualmente a banda de rock não emplacar ou se ele foi um médico que
não continuou a adquirir experiência em cirurgia. Ele não precisa ser um
expert em tudo. “Fracassar” em um empreendimento tem uma carga muito
menor na sociedade e no mindset islandês do que teria, por exemplo, na
cultura americana ou britânica, em que a especialização em uma carreira
(geralmente obtida após uma dedicação por anos) é o que costuma ser
valorizada, e que pessoas que mudam de carreira muito frequentemente (e
por carreiras tão diferentes entre si) costumam ser vista com
desconfiança.
Isso é
uma análise definitiva? Não, é um ponto de vista de um autor que foi lá e é válido colocar neste poste o livro
realmente tem uns insights super interessante esta é uma
curiosidade que faz sentido .Segundo o autor, o fato do
fracasso não ser um estigma gera uma enorme liberdade de criação, o que
de certa forma impulsiona o boom cultural de design, música e artes que
acontece hoje em Reykjavik.
Eu não
sei vocês, mas acho que faz total sentido: tire o medo do fracasso, e o
que sobra é uma campo enorme de experiências e possibilidades de vida.
Tem coisa mais feliz que isso? 🙂
9. Não existem mosquitos nem formigas na Islândia. E nem McDonalds.
Se você é daqueles que jamais perdoou
Noé por ter colocado um casal de mosquitos na arca, regozijai-vos: eles
não chegaram na Islândia, de modo que você pode deixar o repelente em
casa e ser feliz.
Mosquitos
não existem na Islândia por dois motivos bem básicos: o primeiro é que
eles não sobrevivem às temperaturas muito baixas e ao tempo rigoroso. E a
segunda é que eles não conseguem se alimentar direito, já que a maioria
dos animais (inclusive homens) possuem uma espessa camada de pelo para
se proteger do frio, o que impede as famigeradas picadas.
E também é um dos poucos lugares do
mundo onde não há formigas as aparentemente, nenhum especialista
conseguiu explicar o porquê disso! ????
Outra coisa que não existe é um
McDonalds – daí a se isso é uma notícia boa ou ruim, fica a seu
critério. Afinal, se você quiser opções para fugir da possibilidade de
comer um testículo curado de carneiro, um Big Mac não será uma
alternativa! ????
Num
canto de Lisboa, um bando de idosos agita latas. Os turistas que passam
vêm ver que barulheira é aquela e deparam-se com um aparato de
vandalismo sénior. O génio não tem idade e por isso, qual Picasso
adormecido, carregam no botão e despejam em Alcântara toda a abstração
de uma nova arte: a urbana e a de ser jovem, mesmo depois de velho.
Até
acalma. Devagar, ao passo que permite o músculo cansado, Maria Helena,
63 anos, agarra no bisturi e corta o papel. Na mesa atrás, em minucioso
traço vermelho, Maria do Carmo, 74, desenha na folha branca uma
tapeçaria. Também umas flores. Pela janela o sol, ao fundo a ponte e o
Tejo.
Numa primavera tropical, Alcântara, na zona ocidental de
Lisboa, enche-se de sol, mas também de nuvens. Na LX Factory, um velho
parque industrial renascido, um grupo de idosos lisboetas aprende um
novo ofício. No quarto piso daquilo que em 1846 começou por ser a
Companhia de Fiação e Tecidos Lisbonense, há aulas de graffiti. Idosos
que aprendem a desenhar, também a cortar e preparar o ‘stencil’ para
marcar nas paredes o que lhes vai na cabeça.
Pintar uma parede no
meio da rua é uma expressão. Um grito silencioso, feito no escuro
noturno, na irreverência ou na necessidade de marcar a pigmento o nome.
Chamam-lhe ‘tag’ (assinatura) e é isso mesmo, uma etiqueta que anuncia:
"Por este lugar passou fulano de tal”.
Estes mais velhos, que
juntos mais de muitas centenas de anos passaram por esta Lisboa e por
esta terra, decidem agora que nome hão de dizer ao mundo, numa parede de
um parque industrial, o deles. “O nome também é a nossa pessoa”,
escreve Vergílio Ferreira. E se o nome se eternizar no cimento, também
se eterniza a pessoa?
Depois de pegar na lata, a experiência ganha
naturalidade. O funcionamento de um banal aerossol não é desconhecido
e, após breves lições do instrutor, o enorme painel branco começa a
riscar-se de cor. Ajudados pelas fisioterapeutas e técnicas das
associações, ou apoiados por outros companheiros da idade, chegam-se à
parede, levantam-se das cadeiras de rodas e traçam a marca. “Por este
lugar” — desenham com cuidado — “passou fulano de tal”.
As
demências e desvios das mentes dalguns afastam-nos do mural. Ficam
arredados, à sombra de chapéus de palha, a ver o crescer de traços,
linhas esfumadas ou círculos carregados de tinta a escorrer que os
outros mancham. “Bebam água”, grita uma técnica. O sol carrega forte;
seca a tinta, mas também o corpo. As sombras realçam as rugas, as
experiências de cada um. Vindos de onde vêm, de terras, saberes e
ofícios distintos, encontram-se agora ali, num ‘vandalismo’ sénior (e
autorizado).
Velhos são os trapos. Ou como desmontar ideias e preconceitos
Com
uma madeixa cor-de-rosa a em cima do cabelo, tatuagem no braço, esta
senhora é o alvo perfeito para o jornalista em busca do insólito. “Ora,
eis uma avó fora do normal”, pensará o comum repórter. Certo será que
incapazes todos são de definir o que é uma avó dentro do normal, se
todas as avós, misto de personalidades próprias e fabulações dos
respectivos netos, sempre são únicas e distintas.
Quem é, então,
esta mulher de cabelo platina e rosa? De bicicleta tatuada no pulso? É
Isabel.
“Não sou diferente, não faço por ser diferente. Sou assim. Se
acham que sou diferente, tudo bem.”
“Sou
uma pessoa que gosta de estar ocupada. Não gosto de estar parada. Gosto
de aprender coisas novas. As pessoas geralmente quando chegam a uma
certa idade acomodam-se e eu não gosto de me acomodar”, atira.
“Custaram
mais os pontos que me deram quando caí”, diz sobre a tatuagem de uma
bicicleta, paixão desta lisboeta, que carrega no pulso. “Diz que é onde
dói menos”, explica, enquanto ultima os detalhes de um molde para pintar
uma réplica dessa mesma bicicleta.
Apesar de asmática, aos 65
anos é de bicicleta que vai para todo o lado. Quer dizer, todo o lado
não: “quando uma pessoa sai à noite, custa muito ir beber copos e depois
vir de bicicleta”, esclarece.
“Uma pessoa parar é a morte
antecipada”. Daí que iniciativas como esta sejam importantes. O graffiti
é uma estreia no currículo desta ex-educadora de infância que já passou
pelo teatro, também pela música. Gosta da experiência, como gosta da
arte urbana, desde que, lá está, arte. Há 'putos', conta, que fazem
coisas que são um exagero. E por isso o ideal seria que a prática
estivesse regulamentada.
Junta-se a um eventual grupo de avós que
congemina forma de decorar as paredes perdidas da cidade. “Ainda falta
aí uma colega nossa que acho que também achava graça. Era uma boa também
para a dupla”, diz.
Anabela faz hoje 71 anos. É outra das
voluntárias para o assalto ao círculo da arte urbana lisboeta. “Sempre
achei bonito. Gosto. Desde que sejam com beleza. Isso de riscar paredes e
portas…”, vai dizendo numa pausa entre os cortes no ‘stencil’. É uma
técnica nova, embora já conhecesse outras.
Bom não sou egoísta para pensar que só existe os seres humanos, quem sabe !
A sua presença faz parte da vida quotidiana da ilha, onde as estradas
chegam a ser projetadas no sentido de respeitar o espaço onde,
supostamente, vive um elfo, e há histórias de pescadores que se
recusaram a ir para o mar por causa das suas advertências.
Mas,
honestamente, os elfos existem?
O antropologista Magnus
Skarphedinsson, que passou as últimas décadas a recolher testemunhos
relacionados com este tema, está convencido de que sim e dedica-se a
transmitir os seus conhecimentos a grupos de curiosos, enquanto diretor
da Escola dos Elfos, em Reikjavik.
"Não há dúvida de que
existem!", afirma, com convicção, o antropólogo de 60 anos a um grupo de
"alunos" que assiste às suas aulas.
São sobretudo turistas que querem
entender e saber mais sobre esta crença popular islandesa.
Mas o
que é exatamente um elfo?
Segundo a sabedoria popular islandesa, um elfo
é um ser bem intencionado, mais pequeno que uma pessoa, que vive ao ar
livre e, normalmente, não fala.
Estes seres não devem ser confundidos
com os "Huldufolk", que se parecem mais com humanos e, na sua maioria,
sabem falar islandês. Um aviso élfico.
Para convencer
os mais céticos de que os elfos não são apenas mito, Skarphedinsson
apresenta "dois testemunhos".
O primeiro relato é o de uma mulher que
afirma ter conhecido um pescador capaz de ver elfos que também saíam
para o mar para pescar.
Numa manhã de fevereiro de 1921, o homem
constatou que os elfos não quiseram ir para o mar e tentou convencer os
outros pescadores a não saírem, mas o patrão não deu atenção às suas
advertências.
E de facto, nesse dia, formou-se uma tempestade com uma
força fora do comum nesta região do Atlântico Norte.
Felizmente, segundo
o pescador, todos voltaram a casa sãos e salvos.
Em junho de
1928, sete anos mais tarde, os elfos voltaram a ficar em terra, o que
foi uma surpresa, uma vez que não havia nenhum aviso de tempestade.
Forçados a sair para o mar e mesmo com as águas calmas, acabaram
por apanhar muito poucos peixes. Para o antropólogo, "os elfos sabiam",
antecipar cenários.
A outro testemunho é o de uma octogenária.
Em
2002, a idosa passou por um adolescente que garantiu que a conhecia.
"Mas onde nos conhecemos?", perguntou, e o jovem deu-lhe a morada onde a
mulher tinha vivido há 53 anos, e onde a filha afirmava ter brincado
com um amigo invisível.
Quando a
octogenária descreveu o jovem à filha, a mesma explicou à mãe que se
tratava de Maggi, o amigo com quem tinha brincado na infância.
"Tinha
envelhecido cinco vezes mais devagar que um ser humano", afirmou
Skarphedinsson. Negociar por causa de uma pedras.
Há
sondagens que indicam que um em cada dois islandeses acreditam em elfos.
"A maior parte das pessoas diz ter ouvido estes relatos dos seus avós
quando eram crianças", contou Michael Herdon, um estudante de 29 anos,
visitante da Escola dos Elfos.
A revista Iceland Magazine destacou
que os etnologistas notaram que é raro um islandês acreditar nestes
seres, mas é algo que não gostam de admitir.
"A maioria das pessoas toma
cuidado quando entra num território conhecido por abrigar elfos",
destacou a revista.
Esta crença também é levada em conta em obras
públicas.
Embora possa parecer curioso em outros países, o respeito pelo
habitat dos elfos é um fator importante de cada vez que há um projeto
de construção na paisagem islandesa, composta por campos de lava e
planícies varridas pelo vento.
O responsável da Escola de Elfos
recordou que em 1971 houve problemas na construção de uma estrada
nacional, que liga Reikjavik ao nordeste do país.
O projeto de
construção sofreu várias alterações porque havia reticências quanto à
destruição de uma rocha em que, alegadamente, viviam elfos.
"Chegou-se a
um acordo para que os elfos saíssem da rocha durante uma semana de
forma a movê-la 15 metros.
Este é, provavelmente, o único país do mundo
onde o governo falou oficialmente com elfos", disse.
Magnus
Skarphedinsson não acredita que a Islândia seja o único país habitado
por elfos, embora seja aquele onde a população é mais recetiva a estes
seres.
"A verdadeira razão é que o Iluminismo chegou tarde demais à
Islândia.
Em outros países, com a arrogância científica (e) a negação de
tudo o que não se descobriu pelo seu método, dizem que as testemunhas
são vítimas de alucinações", afirmou.