SANDRA MARTINS
Nasceu em maio de 1978, um ano marcado pelo primeiro bebê de proveta, o único ano na história mundial em que tivemos três papas e o ano em que nosso país caminhava para o fim da ditadura, parece o ano perfeito para o nascimento de uma escritora como ela.
Graduada em letras, foi dentro da sala de aula que sua primeira história ficou conhecida “O Segredo dos Amuletos” foi um feito inédito, pois unia alunos e professora na confecção de uma única história, tudo isso feito dentro das paredes de lata de uma escola da periferia de São Paulo.
Ama poesia, mas também escreve contos e romances.
Entre suas obras estão: Terra dos Papagaios, Coríntios, Efésios e o recém-escrito Gálatas que completa a tríade “Crônicas de fé”.
Seus escritos têm a necessidade de mostrar a realidade embebida ora em sonhos, ora na necessidade de discutir um problema social importante.
Composta para a Homenagem ao Dia Internacional da Mulher. Ação Literária idealizada pela Colunista Jornalista Zenaide dos Santos SA, iniciada em 26 de fevereiro, encerrada em 7 de março de 2022.
QUEM SOU EU? SOU UMA MULHER.
Que posso ser em um mundo de passagem,
Que de mim não entende a metade
Que ama o belo, mas mesmo assim o mata
Que posso ser em provas tão solenes
Onde é obscura a clareza dessa relação
Onde se perde o vínculo com o coração.
Onde homem e universo estão perdidos
Quase incertos, corrigidos.
E onde a criança já sem ter onde brincar,
Atrás de maquinas se esconde e planeja sua vida acabar
Que posso ser em um mundo de passagem
Onde o jovem vicia
Em um mundo onde esquecemos o caminho da alegria
Aqui onde menospreza-se a cantoria
E enxerga-se como doença a euforia
Nada é impossível. Não é assim?
Seria possível salvar a minha face do desgaste
Beijar-te o rosto como alaste
E ao fim, perceber que não morri
Se continuo de passagem, apenas passando
E se lá está você meu caminho vigiando
Melhor é não entender as flores, apenas amá-las.
Melhor é não compreender a canção, mas no meu violino tocá-la
Melhor é esquecer a hora, apenas aproveitá-la.
Como mulher é meu dever lutar por um mundo melhor
Soltar meu impávido grito e alastrá-lo mesmo sem resposta
Por trás do muro alto do mundo ou apenas através da minha porta.
Sandra Martins, professora escritora: Guarulhos São Paulo
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