A tradicional celebração
da religião indiana atravessou fronteiras com suas chamativas cores e
já começa a ser festejada em outros continentes. Nos povoados indianos, a
fé e os sorrisos apoderam-se das ruas completamente tingidas com uma
explosão de cores como antessala da jornada principal, a celebração
entre a quinta e sexta-feira, data em a que serão acesas milhares de
fogueiras como uma vitória simbólica do bem sobre o mal.
A festa atrai milhares de pessoas que lançam toneladas de pó colorido, conhecido como "gulal", enquanto gritam "feliz Holi!"
No pátio de entrada dos templos, centenas de pessoas brincam, cantam e dançam diferentes ritmos indianos.
Algumas pessoas se mostram muito desinibidas após consumir o "bhang", uma bebida feita principalmente com leite e maconha, típica deste festival.
A alegria, que parece ainda maior catapultada pela explosão de cores, acaba contagiando os turistas, que também fazem a festa.
Devido
ao colorido e a felicidade que o festival emana, muitos outros eventos
pelo mundo, sobretudo show de música, estão adotando o ambiente
divertido do Holi.
O aspecto diferenciado e que coloriu ainda mais o Holi deste ano é que contou com a presença de centenas de viúvas de Vrindavan.
As mulheres desafiaram a tradição estúpida que lhes impõe uma vida de recato e dançaram no meio do pó e de muitas flores.
Na verdade o "Holi das viúvas" começou a ser celebrado em 2013 como iniciativa da ONG Sulabh International, que dá refúgio e uma ajuda econômica mensal a 700 mulheres de Vrindavan.
Segundo
a lenda, o deus Krishna, sempre jovem e travesso, saiu de Nandgaon para
visitar a sua amada Radha, que vivia em Barsana, carregado de pó
colorido.
Ali, ante a insistência de suas provocações, Radha e suas amigas acabaram expulsando o do povoado a base de varadas.
Por isso, em Barsana celebram uma jornada em a que as mulheres golpeiam os homens com bengalas, tudo de forma lúdica.
A festa é majoritariamente masculina.
Muitas mulheres temem sair à rua a festejar, em uma sociedade onde se
percebe com força o machismo.
No entanto, também há jovens que se animam e outros participantes que estão atentos para evitar assédios.
Os
comerciantes da região não deixam de vender saquinhos multicoloridos,
enquanto os mais jovens usam pistolas e baldes de água para empapar os
mais descuidados.
Entretanto nem em todas as festividades usam os tradicionais pós.
De qualquer forma, como ou sem eles, as crianças são as que mais desfrutam da festança.
Ninguém fica bravo com o mar de pó colorido e água que cai dos balcões.
Cada região da Índia tem rituais com algumas particularidades, mas quase todos são cheios de colorido e alegria.
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