Lembro quando meus avós contavam lendas era cada imaginação eu viajava !
É conhecida pelo nome de vitória-régia uma das maiores plantas aquáticas do mundo.
Com um aspecto exuberante e ornamental, ela pertence à família Nymphaeceae
e é nativa da região amazônica. É dotada de folhas circulares, enormes,
que podem alcançar até 2,5 metros de diâmetro. Seus bordos alcançam até
10 cm e revelam uma face inferior espinhenta e avermelhada.
Possui
ainda uma notável capacidade de flutuação, devido a uma rede de grossas
nervuras e compartimentos de ar em sua face interior.
A superfície da
folha apresenta uma intrincada rede de canais para o escoamento da água,
o que também auxilia na sua capacidade de flutuar, até mesmo sob chuvas
fortes.
A vitória-régia depende bastante das inundações do rio Amazonas
para a sua sobrevivência, pois à medida que as águas sobem, crescem
também as suas hastes (pecíolos), que ficam longuíssimos, chegando a
medir até cinco metros de comprimento.
O nível alto das águas permite à
plante viver cerca de dois anos.
Caso as águas se mantenham baixas, a
planta não consegue sobreviver.
Os povos indígenas locais conhecem-na pelos nomes
de Uapé, Iapucacaa, Aguapé-assú, Jaçanã, ou Nampé; os índios guaranis
ainda a chamam de Irupé.
Seu nome mais popular, porém, surge a partir da
iniciativa de um pesquisador inglês que levou as sementes para serem
plantadas, nos jardins do palácio real em Londres.
Lá, a planta recebeu o
nome de Vitória, em homenagem à famosa rainha do fim do século XIX.
Além de sua destacada beleza e perfume, a raiz da vitória-régia é um tubérculo parecido com a mandioca (inhame),
rico em amido e sais minerais, e por isso mesmo é consumido
frequentemente pelos locais.
Seu cultivo é delicado, e seu
desenvolvimento só acontece em meio ao calor equatorial, tendo ainda
pouca tolerância ao frio.
Suas flores brotam nos meses de janeiro e
fevereiro, e duram apenas 48 horas, abrindo somente à noite e
apresentando cores brancas no primeiro dia e rosadas no segundo e final
dia, com várias camadas de pétalas.
Suas pétalas podem ainda atingir até
trinta centímetros de diâmetro e, no meio delas, encontra-se um botão
circular onde estão localizadas uma grande quantidade de sementes,
que irão se depositar no fundo das águas, a cada mês de agosto.
À medida
em que recebem a ação dos raios solares, elas se enterram no lodo e
endurecem.
Tais sementes constituem uma fonte de alimento para os índios
e também para as aves da região. Estas últimas, aliás, são responsáveis
por espalhar as sementes da vitória-régia, perpetuando assim sua
existência.
A lenda da vitória -régia, uma das mais conhecidas do folclore
brasileiro, pertence à cultura do norte em virtude de ter nascido nessa
região do país.
Ela explica a origem da planta aquática que é símbolo da
Amazônia.
Segundo essa lenda indígena e amazônica, a vitória -régia é
originalmente uma índia que se afogou após se inclinar no rio para
tentar beijar o reflexo da lua.
Para os índios, a lua era Jaci, por quem
a índia estava apaixonada.
Jaci costumava namorar as índias mais
bonitas da região.
Naiá, que viria a ser transformada na vitória -régia,
era uma dessas índias que esperava ansiosa pelo encontro com o deus.
As
índias que Jaci namorava eram levadas para o céu e transformadas em
estrelas. Apesar da tribo alertar Naiá que ela deixaria de ser índia se
fosse levada por Jaci, ela estava apaixonada e, conforme o tempo
passava, desejava cada vez se encontrar com ele.
Certa noite,
sentada à beira do rio, a imagem da lua estava sendo refletida na água.
Assim, parecendo estar diante de Jaci, inconscientemente Naiá se inclina
para beijá-lo e cai no rio despertando da ilusão.
No entanto, apesar do seu esforço, não consegue se salvar e morre afogada.
Ao
saber o que tinha acontecido com Naiá, Jaci ficou bastante comovido e
por esse motivo quis homenageá-la.
Em vez de transformá-la em uma
estrela como fazia com as outras índias, a transformou em uma planta
aquática, a vitória-régia, que é conhecida como a estrela das águas.
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